Conferências
Oradores Convidados
1ª Conferência
Short CV
Professor of Geological Engineering, Honorific Professor of Complutense University of Madrid, Director of Geohazards of the Volcanological Institute of the Canary Islands.
27th Manuel Rocha Lecture of the Portuguese Geotechnical Society, Honorific Member of the Spanish Rock Mechanics Society, Burwell Award in Geological and Environmental Engineering of the Geological Society of America, Member of the Academia of Engineering of Mexico.
Geotechnical challenges under extreme geological conditions: post-disaster reconstruction after the volcano eruption of La Palma, 2021
Geotechnical challenges under extreme geological conditions: post-disaster reconstruction after the volcano eruption of La Palma, 2021
Luis González de Vallejo - Universidad Complutense de Madrid, Instituto Volcanológico de Canarias
On September 19, 2021, a strombolian volcanic eruption occurred on the island of La Palma, causing the destruction of several roads, urban infrastructures, many houses and agricultural crops, affecting about 7,200 people, with losses exceeding 1,200 M €. The eruption lasted 85 days, leaving an area of about 12 km2 covered by pahoe-hoe and aa lava flows of several tens of meters thick.
Some months after the end of the eruption, geological and geotechnical site investigations were carried out for the reconstruction and territorial and urban planning, with the main objectives focused on the opening of roads through the hot lavas and the construction of new urban settlements in areas covered by the lava flows.
The main conditioning factors for the reconstruction were the high temperatures of the lavas, reaching more of 500 degrees, and their highly heterogeneous geotechnical behavior, with many cavities, volcanic tubes and gases. On the other hand, the stability of the volcanic cone was also analyzed.
The site investigations included geotechnical boreholes, seismic geophysics using SASW techniques, ground penetration radar and measurement of surface temperatures by means of DRONES with thermal camera and thermopcouples devices. Based on the information obtained, thermal behavior geological-geotechnical models as well as cooling physical models of the lava flows were developed, as fundamental criteria to address possible construction solutions.
The results obtained from these investigations allowed the development of novel solutions, thus contributing significantly to the construction of new roads on the lava flows and to the planning of new urban settlements.
Stability analyses of the 200 m high volcanic cone formed during the eruption, indicated the possibility of failure in the event of heavy rains and consequently lahar hazards.
The results of these investigations and their applications to post-disaster reconstruction may be useful to other volcanic regions, contributing to minimize risk in infrastructures and urban settlements.
2ª Conferência
Short CV
Administrador da EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva, Representante na CADC (Convenção do Acordo Luso-Espanhol de Uso de Águas de Bacias Partilhadas - Convenção de Albufeira), Comissão de Segurança de Grandes Barragens, Conselho de Região Hidrográfica do Alentejo e no Grupo de Trabalho da Seca.
Autor de numerosos trabalhos e conferências (mais de 50) em Congressos e Jornadas nacionais e internacionais e publicações da especialidade, designadamente barragens, obras geotécnicas, aproveitamentos hidráulicos e regadio, tendo formado parte de diversas Comissões Científicas. Presidente da Comissão Organizadora e Coordenador das Sessões Formativas sobre Infraestruturas Hidráulicas das Jornadas Técnicas da APRH da Engenharia dos Aproveitamentos Hidroagrícolas - Atualidade e Desafios Futuros – LNEC (2011). Comissões de Revisão do Regulamento de Segurança de Barragens.
Exerceu docência durante 30 anos até 2013, enquanto Professor Regente, no Instituto Superior Técnico (IST), até 1997, e no Polo de Engenharia Civil da Universidade Católica (2006-2013) - de diversas cadeiras do curso de Engenharia Civil, designadamente de Mecânica de Solos e Fundações I e II e de Dimensionamento de Fundações. No IST, foi ainda cofundador e docente do ramo de Geotecnia do Departamento de Engenharia Civil e exerceu docência de disciplinas do ramo de Georrecursos do Departamento de Minas.
Nos primeiros 30 anos da sua vida profissional (1974-2004), foi quadro efetivo da COBA-Consultores de Engenharia e Ambiente, onde foi engenheiro consultor, Diretor de Serviço, Diretor Geral de Produção e Administrador, tendo sido também chefe de grandes projetos de barragens, obras hidráulicas e geotécnicas em Portugal e no Estrangeiro (Europa, Norte de África e países de expressão portuguesa, América Central e do Sul).
Formado em Engenharia Civil, ramo de Hidráulica, pelo Instituto Superior Técnico (1974) - com estágio pela Empresa, académico e laboratorial, no King´s College de Londres ( 1975) - e pós graduado em Geotecnia pela Universidade Nova de Lisboa (1976).
Alqueva em contexto de Alterações Climáticas - lições geotécnicas e ambientais a retirar do ano de 2022
Alqueva em contexto de Alterações Climáticas - lições geotécnicas e ambientais a retirar do ano de 2022
Jorge Vazquez, EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A.
Em Portugal, o ano de 2022 foi particularmente difícil do ponto de vista hidrometeorológico, explicitando a importância do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) na resposta proativa ao desafio das alterações climáticas, que permitiu assegurar uma grande quantidade e diversidade de pedidos de água, sendo o volume aduzido de cerca de 560 hm3.
A infraestruturação levada a cabo pelo EFMA no Alentejo, região que é um terço de Portugal, seja ao nível das cerca de 70 barragens e reservatórios criados, seja dos canais, condutas, estações elevatórias, centrais e acessibilidades, permitiu criar uma rede robusta e estruturante de cerca de 6.700 pontos de água e que estrategicamente se vai amplificando até Sines e ao sul do Alentejo, tirando partido da reserva estruturante criada pela barragem de Alqueva que, com os seus 4150 hm3 de armazenamento, cria o maior lago artificial da Europa.
As condições geológico-geotécnicas encontradas e os trabalhos e estudos associados foram decisivos na escolha da tipologia das soluções para estas infraestruturas e na sua conceção e dimensionamento, sendo que houve necessidade também de efetuar um trabalho exaustivo de minimização e compensação ambiental, apoiado por uma atividade permanente de monitorização dos principais descritores em equação.
Acresce que, em contexto de alterações climáticas, se torna uma prioridade a preservação, em termos de quantidade mas também de qualidade, dos recursos hídricos de superfície mas também dos hidrogeológicos e a prevenção de processos de erosão.
Há neste contexto um conjunto de soluções de interação geotécnico-ambiental, como as do Projeto URSA - Unidades de Recirculação de Subprodutos de Alqueva e de Requalificação de Albufeiras e Reservatórios que podem contribuir para uma melhoria significativa da situação de referência e que tiveram já “casos – piloto” de sucesso comprovado.
Partindo pois da realidade vivida em 2022, aborda-se alguns dos aspetos mais relevantes e paradigmáticos, sobretudo do âmbito geotécnico mas também ambiental, do EFMA, dos seus desafios em contexto de alterações climáticas e do potencial de alargamento das soluções aqui explicitadas a todo o País.
3ª Conferência
Short CV
Licenciado em Geologia (ramo científico) pela Universidade de Coimbra, fez mestrado no Departamento de Engenharia Civil da mesma universidade em Engª Geotécnica e Mecânica de Solos. É membro da Associação Portuguesa de Geólogos, EuroGeol Qualified Expert pela Federação Europeia de Geólogos e membro efetivo da Ordem dos Engenheiros, no Colégio de Engenharia Geológica e de Minas.
Iniciou a sua atividade profissional como professor do ensino secundário durante 3 anos letivos. Trabalhou na Ex JAE entre 1996 e 2004, na Direcção de Geotecnia e como engenheiro residente com responsabilidade na fiscalização de contratos de construção rodoviária. Foi chefe do Departamento de Controlo de Qualidade na construção da Concessão do Grande Porto (2004-07), consultor geotécnico do empreiteiro na construção da Barragem de Odelouca (2007 e 2009) e trabalhou por conta própria prestando serviços de inspeção com georadar e consultoria geotécnica (2007-2013).
Como colaborador da empresa construtora MonteAdriano (2009-2018), foi Coordenador de Geotecnia Rodoviária no Departamento de Engenharia e Inovação, onde participou em projetos de construção em África e na América do Sul, assim como projetos desta empresa no domínio da Inovação. Em 2019 foi gestor de projetos da CARPI, na impermeabilização da Barragem de Paradela. Ainda em 2019, ingressou no grupo TPF e até janeiro de 2023, foi Responsável de Geotecnia na fiscalização da Nova Linha Ferroviária Évora-Elvas e, desde Fevereiro de 2023, participa na fiscalização da linha rosa do Metro do Porto, onde é responsável pela escavação subterrânea das cavernas da Estação do Hospital de Santo António e da linha entre esta estação e a estação da Liberdade / S. Bento.
Ferrovia entre Évora e Elvas - perspetiva geotécnica e ambiental
Ferrovia entre Évora e Elvas - perspetiva geotécnica e ambiental
André Costa, TPF Consultores de Arquitectura e Engenharia SA
Bernardo Monteiro, Infraestruturas de Portugal SA
Bruno Serra, CERELINEX, Consultores de Engª, Unip. Lda
Rui Abreu, COBA, Consultores de Engenharia e Ambiente, SA
A importância deste projecto ferroviário, com uma extensão de 101,4km, maioritariamente de traçado novo, justifica que seja apresentado nos seus objetivos estratégicos e faseamento construtivo, não deixando de centrar a apresentação na sua vertente geotécnica e perspectiva ambiental.
O enquadramento geológico e as soluções geotécnicas do projecto, nos domínios das terraplenagens, fundações de obras de arte e estabilidade de taludes, são pontos de partida de uma obra materializada em quatro contratos de construção da infraestrutura.
O acompanhamento geotécnico formulado para a fase de obra, participado por construtores, projectistas e fiscalização, reuniu informação nos domínios de fundações, escavações, nomeadamente cartografia geológico-geotécnica, assim como a nível da instrumentação e envolveu um número significativo de empresas e colegas dedicados a tempo inteiro ao desenvolvimento destes trabalhos e de que se apresentam alguns resultados.
Numa obra de cariz geotécnico, com esta dimensão, não poderiam deixar de ocorrer situações imprevistas e em que as soluções de projecto, por motivos supervenientes, foram reavaliadas e em alguns casos, adaptadas ou mesmo reformuladas. A natureza geológico-geotécnica das situações deste tipo, bem como as soluções encontradas, merecem aqui lugar.
No âmbito do Projecto, aproveitaram-se materiais das escombreiras da indústria de mármores da região, reflexo de preocupações de ordem ambiental, bem como das suas características e desempenho compatíveis com o tipo de utilização em causa. Do mesmo modo, no âmbito da gestão de materiais sobrantes, foi possível intervir em antigas explorações, aterrando escavações na vizinhança imediata de vias de comunicação, conferindo-lhes maiores condições de segurança. Também as actuais exigências do ponto de vista de segurança e da utilização de dispositivos nucleares para o controlo de compactação de aterros, se reflectiu neste projecto, merecendo reflexão se são necessárias novas abordagens neste capítulo.
Procurar-se-á dar uma perspectiva geral do projecto, que será depois possível de conhecer no âmbito das visitas técnicas promovidas pelo 18 CNG.
4ª Conferência
Short CV
Graduado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1976), e doutor em Engenharia Geotécnica na University of British Columbia (Canadá, 1989), para onde retornou como Prof. Visitante em 2000-01. Atua nas áreas de barragens, estabilização de encostas e geossintéticos. Foi Presidente da ABMS - Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, de 2004 a 2008. Atualmente é professor Associado da PUC-Rio e Vice-Presidente do CBDB - Comitê Brasileiro de Barragens, onde foi conselheiro desde 2010. Foi bolsista pesquisador 1B do CNPq até 2010. Em 2011 foi eleito Membro Titular da ANE - Academia Nacional de Engenharia. É Membro Vitalício do Conselho Diretor da ABMS. Tem servido como consultor de diversos órgãos de fomento no país, e atuado como Editor Associado da Revista Geotecnia, da ABMS, SPG (Portugal) e SEMSIG (Espanha). Proferiu diversas palestras e cursos no país e no exterior. Publicou mais de 100 trabalhos científicos em congressos e periódicos, e 02 livros, no país e no exterior. Orientou cerca de 70 dissertações de mestrado e teses de doutoramento, além de trabalhos de conclusão de curso e iniciação científica na área de Geotecnia. Recebeu 03 prémios e/ou homenagens no país e no exterior.
Evolução da Engenharia Geotécnica no Brasil: Contribuição dos Portugueses nas Obras Históricas
Evolução da Engenharia Geotécnica no Brasil: Contribuição dos Portugueses nas obras históricas
Alberto Sayão – PUC Rio, Comité Brasileiro de Barragens
Serão apresentadas e comentadas de maneira cronológica e ilustrada algumas das principais obras de engenharia realizadas no Brasil com a participação direta ou indireta dos portugueses, ressaltando as condicionantes geotécnicas e ambientais, desde o século XVI até o século XX, tendo como pano de fundo a evolução histórica do Rio de Janeiro, então capital do país.
Em especial, serão mostrados detalhes da fundação do Rio de Janeiro, a começar pela conquista da Baía de Guanabara e expulsão dos franceses chefiados por Nicolas Villegagnon, o aqueduto e o chafariz da Carioca, as primeiras barragens no Norte e Nordeste, rodovias, túneis e ferrovias no Brasil, a Fazenda Real e a Ponte dos Jesuítas, a cidade de Petrópolis, a Igreja da Candelária, o Real Gabinete de Leitura, a construção da Av. Niemeyer, os acessos para a ocupação de Copacabana, Ipanema e Leblon, a conquista do Pão de Açucar, as obras de canalização, aterros e de reurbanização que fizeram do Rio de Janeiro a Cidade Maravilhosa, os luxuosos hotéis, casinos, Copacabana Palace e Quitandinha, a estátua do Cristo no Corcovado, o Circuito da Gávea, o aeroporto Santos Dumont. No Centro da Capital, o Hotel, as obras de alargamento da Praia de Copacabana, e a autoestrada Lagoa-Barra.